terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Ninguém Beija como as lésbicas



Ninguém Beija como as Lésbicas
Velhas Virgens
Composição: A. dias / P. carvalho


A gente beija já de pau duro, pensando no escuro, na penetração
A gente beija com a cabeça no futuro, sonhando com o furo a ser preenchido
A gente beija pegando nas tetas, de olho nas metas e nas nádegas
A gente beija já indo pro pescoço, apalpando o dorso, liquidificando o ouvido


Mas elas não...
Ninguém beija como as lésbicas


A gente beija exagerando no abraço, com o nervo de aço pronto pra entrar em ação
A gente beija quase que dirigindo nossa própria película de sexo explícito
A gente beija como roto rooter, violentamente, pra passar pro próximo estágio
A gente beija mordendo os lábios, bancando os sábios, atenciosos como adolescentes


Mas elas não...
Ninguém beija como as lésbicas


Eu quero olhar, eu posso olhar
Eu só quero olhar, me deixa olhar pra vocês
E se quiser nós podemos ser três


Ninguém beija como as lésbicas
O beijo pra elas não é rito de passagem
Não é preliminar, é curtição
O beijo pra elas é o amor completo
É o amor sem táticas
Ninguém beija como as lésbicas
Ninguém beija como as lésbicas

[Texto] Uma nova queda


Não sei o que deu na minha cabeça de ir fuçar no meu Google Docs, mas sei que foi algo estranho encontrar um texto antigo que foi começado por motivos pessoais e ainda está inacabado por motivos pessoais. Agora me foge quem disse uma vez  que "a humanidade as vezes é privada de ótimas histórias apenas pelo fato do autor não ter coragem de escrevê-las", não sei se é boa ou ruim, mas hoje à noite vou terminar esse texto, aí vai o comecinho dele.

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Essa história começa em um coffee shop ao som do mais puro som de jazz, lá está ele, se martirizando pela vida perdida, pelo ano que carrega nas costas como se fosse sua cruz particular. A cada gole em seu café, quase sem açúcar, ele sente em seu gosto amargo a dor das lembranças de sua alma perdida e escuta seu coração remendado batendo lentamente clamando pela morte eminente.

Ícaro, esse é o nome do pobre rapaz, não havia nome melhor para seus pais lhe darem, pois este nome lhe cai como uma luva já que recentemente ele tentou voar perto do sol e suas asas de cera derreteram o levando a uma queda que não o matou, mas dilacerou seu coração. Mas, Ícaro é tão ambicioso quanto o próprio da mitologia, então ele há muito tempo vem remendando seu coração esperando o sol surgir novamente para ele voar em sua direção, mesmo após sua trágica queda que quase lhe proporcionou a morte.
Na vida de Ícaro, tudo está cinza, nada tem o gosto, o som e nem mesmo a alegria de antes, ele só quer beber para esquecer, por isso ele bebe seu café amargo, pois na noite anterior ele cavou mais sua sepultura bebendo litros de álcool, tequila para ser mais exato, o seu elixir da loucura como assim o chama. Ele não liga muito para isso, mas no momento bebe seu café para se recompor e continuar a seguir seu caminho.

Há momentos na vida de todos em que precisamos nos esconder do mundo, porém este momento nunca tem hora de chegar ou ir embora, ele nos prende, nos sufoca, nos faz querer destruir o mundo para que o mundo não nos destrua, este é o momento na vida deste pobre rapaz, ele está jogado no mundo com seu coração remendado e petrificado, tudo e todos o faz lembrar da dor da queda, do terrível som de seu coração se partindo enquanto caia de seu vôo. Essas dores ele nunca vai esquecer, mas está bem perto de superá-las, pois já faz muito tempo que isto aconteceu, apesar das sombras ainda o acompanharem em sua jornada.

Logo após o último gole em seu café, Ícaro resolve caminhar para espairecer, tentar se encontrar no meio daquelas águas turbelentas chamadas sentimentos, "Que graça teria se tudo fosse simples? Poderiamos nós evoluirmos se ganhassemos tudo de mão beijada?", pensa ele enquanto olha para a lua cheia e tenta enchergar o que acontece nesse satélite que ronda nosso ínfimo planeta. Os pensamentos de Ícaro são cortados ao ouvir o som que nunca conseguia tirar de sua mente, o som de asas quebradas acompanhadas de um coração partido, ela estava ali parada tentando enteder o que tinha acontecido com ela, seus olhos encharcados a denunciavam como mais uma que se perdeu na escuridão da rejeição de um amor, o primeiro amor.

"Poderia eu dizer algo a ela?" pensa Ícaro enquanto se lembra o quanto foi duro para ele se desvenciliar desses sentimentos, as dores que sentia quando fintava o rosto de sua antiga amada que hoje não mais o queria, essa dor que lhe acompanhou por muito tempo, mas seu espírito conseguiu superar, e enquanto olhava a pequena garota ele sentia que poderia tentar fazê-la se sentir bem, pois um ombro amigo neste momento pode ser tudo que precisamos.

Quando vemos as pessoas pela primeira vez, só conseguimos ver seu exterior, só aquilo que ela quer que você veja ou simplesmente deixa escapar, mas ela era diferente, você poderia ver seu interio de longe, era como um grande farol brilhando no alto de um rochedo em uma ilha a mais que 1000km que você conseguia ver como se fosse um farol de um avião a menos de 2 metros.

As suas asas partidas ainda cheiravam a sangue, seu coração batia de forma desritimada ainda procurando o coração que antes batia junto com ele. As lágrimas que cobriam seu rosto caiam de seu queixo banhando não somente suas mão que estavam em seus joelhos, mas também o chão que parava cada gota assim como um mar para cada gota de chuva e a incorpora para si.

Não importava tais coisas para Ícaro, naquele momento ele só queria consertar aquela garota, fazer o que ela pudesse voar novamente, ele não sabia de onde vinha essa vontade de fazê-la se sentir bem, era como se algo mais forte que ele estivesse dizendo que ela precisava de ajuda e que ele poderia fazer a diferença naquela hora. Ícaro tinha certeza que aquilo que ele via nela era familiar demais para ser mera coincidência de um destino insano, mas estranho demais para significar parte de algo maior, o fato dele a ter encontrado naquele momento da vida dela o incomodava profundamente, mas tal incômodo não o impedia de tentar se aproximar dela.

Criando uma coragem quase heroica, Ícaro foi se aproximando dela e a cada passo que ele dava na direção dela, era como se o mundo fosse sumindo a sua volta, como se só houvesse ela ali, somente ela importava. A dor dela ecoava em seu coração e apertava cada vez mais forte quando ele ia se aproximando dela. E apesar do que acontecia, apesar desse turbilhão de sentimentos que ela emanava, ele não recuou nem por um instante. É como se o mundo parasse para ver o que ele ia fazer, ele apenas estendeu a mão pra ela e disse:

"- Olá... precisa de uma mão para se levantar? Se deixar eu posso te ajudar com essas asas..."


Por mais estranho que soasse aquelas palavras para ela, ela apenas o olhou e pegou em sua mão, e isso foi o início de uma conversa que ele jamais vai esquecer...

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Toda opinião é muito bem-vinda ^^