sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O humano, o amor e o sexo [Parte I]




Posso resumir tudo que estou prestes à dizer em uma única palavra:
masoquismo:
(Masoch, antropónimo, romancista austríaco [1836-1895] + -ismo)
s. m.
1. Perversão sexual que faz procurar o prazer na dor física e nas humilhações.
2. Por ext. Atitude de uma pessoa que retira prazer ou parece gostar do seu sofrimento ou humilhação.
Agora, "por que isso?" você curiosamente me pergunta, eu calmamente lhe explico que nós humanos realmente temos a grande pré-disposição para estragar aquilo que nos faz bem, caçar defeitos onde aparentemente não há e melhor ainda temos o dom de nos entediar muito facilmente. Mas vamos por partes.

Começando pela "pré-disposição para estragar aquilo que nos faz bem", analise essa frase por partes, nela encontramos a chave "nos faz bem", essa chave em particular não é algo que sabemos que está lá, pois analisando o humano puramente notamos que não notamos quando algo nos faz realmente bem, ou seja, não conseguimos enxergar se algo nos faz bem ou mal, apenas ficamos presos em prazeres imediatos ou observações externas, tais observações que nem sempre querem o nosso bem. Na mesma frase encontramos "pré-disposição para", aqui é bem simples, somos compelidos, mesmo inconscientemente, à algo.

Dito isso, nessa primeira parte notamos que nós não nos adaptamos bem ao que nos faz bem, a maior prova disso são os relacionamentos, mesmo quem está feliz tem algo à reclamar, se não for aos outros é a sí mesmo, o que chega a ser pior pois guardar rancor é o mesmo que tomar veneno esperando que a outra pessoa morra.

Nas frases seguintes chega à ser fácil de entendermos, mas mesmo assim deixe-me explicar que "caçar defeitos onde aparentemente não há" é um costume totalmente auto-destrutivo. Há uma frase antiga que diz "quem procura acha", essa é uma verdade complicada, as pessoas esqueçem que não existe essa tal coisa chamada perfeição, se algo é perfeito é porque você não procurou os defeitos nos lugares certos.

A última frase diz "temos o dom de nos entediar muito facilmente", aqui não há o que discutir, mesmo aquelas pessoas que parecem se adaptar bem à rotinas sentem isso, essa voz que chega devagar e nos lembra que aquilo já passou do prazo de validade, que aquelas ações se tornaram robóticas, que você simplesmente já não pensa antes de fazer essas coisas.

Unindo tudo temos um resultado óbvio que precisa ser dito para as pessoas acordarem e saírem de suas zonas de conforto. Nós humanos, mesmo inconscientemente, quando estamos bem começamos à procurar defeitos nas coisas e pessoas, seja no trabalho que temos um chefe que se tornou chato, ou no namoro onde a(o) namorada(o) ganhou subtamente o dom de te tirar do sério, ou até mesmo no sexo quando as 4 posições básicas já não mais proporcionam prazer.

Tédio é algo aterrador que é criado pela rotina, mas pior que isso, mais aterrador que isso, é a nossa vontade de destruir ao invés de arrumar, as pessoas simplesmente jogam a toalha e acham que foi o melhor para ambas as partes, esquecem que são ambas as partes e não somente a parte delas que deseja ficar bem.

Antes de trair seu relacionamento, antes de se demitir, antes mesmo de pensar em fazer algo que não tenha retorno, pense bem nas formas de tentar arrumar, muitas vezes uma boa conversa ajuda mais do que imaginamos.